sobre o Meteorito de Bendegó
O Meteorito de Bendegó, encontrado em 1784 pelo menino Joaquim Bernardino da Mota Botelho, há 48 km da cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia, é até hoje o maior e mais famoso meteorito descoberto no Brasil.
Em 1785, durante uma primeira tentativa de transportá-lo à cidade de Salvador, o meteorito caiu acidentalmente no leito de um rio e foi deixado ali por 103 anos. Nesse período, Bendegó foi visitado e teve fragmentos extraídos por importantes cientistas como A. F. Mornay, em 1810 e a dupla de naturalistas Spix e Martius, em 1820.
No ano de 1886, D. Pedro II toma conhecimento do meteorito pela Academia de Ciências de Paris, durante uma visita à França, e é aí que se inicia o grande projeto do transporte daquela importante peça ao Rio de Janeiro. No dia 7 de setembro de 1887, quando era comemorado o aniversário da Independência, o trabalho de remoção do meteorito foi iniciado com uma solenidade cívica às margens do riacho Bendegó. Naquele ponto foi construído um marco denominado “D. Pedro II” que continha inscrições homenageando a Princesa D. Isabel, o Imperador D. Pedro II, o Ministro da Agricultura, o Visconde de Paranaguá e os membros da Comissão de Transporte do Bendegó. Poucos anos após a remoção do meteorito (1888), sobreveio uma grande seca naquela região e o povo dali supôs que deveria ser um castigo dos céus por terem permitido a retirada da “pedra”. “Um mutirão foi organizado e o marco foi destruído. Os sertanejos, após demolirem a 'torre', nome que deram ao marco D. Pedro II, escavaram sua base à procura de outra 'pedra', segundo eles, 'irmã daquela que os doutores levaram'. Acharam uma caixa de ferro, colocada pelos engenheiros da comissão, na qual continha um exemplar do termo de inauguração do trabalho de remoção, e um exemplar do Boletim da Sociedade Brasileira de Geografia, que publicava um memorial sobre o meteorito.”[1]
Em 15 de junho de 1888, recebido pela Princesa Isabel e entregue ao Arsenal de Marinha da Corte, Bendegó chega ao Rio de Janeiro depois de uma longa viagem que incluiu trilhos e dispositivos de transporte exclusivamente desenvolvidos para o feito e um minucioso estudo geográfico da região, o documento inclusive está hoje disponível para consulta através da internet.
A região em que se encontra a cidade de Monte Santo é marcada não só pela história do Bendegó, como também pela Guerra de Canudos e pelas passagens de Lampião que tinha negócios na cidade. “Coração místico do sertão baiano”, como é conhecida Monte Santo, também ficou famosa por seu monte sagrado que atrai há muito tempo peregrinos de todas as partes, com o intuito de pagar promessas eles sobem o morro muitas vezes de joelho e com pedras na cabeça.
[1] História do Bendegó. Portal da Cultura. Umbuzada. Disponível em <http://www.umbuzada.com/bendego.php> Acesso em 26 de abril de 2013.
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